domingo, 29 de agosto de 2010

Velha companheira


O homem do campo

Carrega uma saudade

De um tempo que se foi

De uma china querida

Dos dias brabos de lida

E até do carro de boi.


Saudade é cosa braba

Chega dum jeito matreiro

E encontra sua morada

No coração do campeiro.


O tropeiro da estância

Se ressente da tropeada

Se bandeando campo fora

De fiador ou na culatra

Num trote de bater as lata

E de ressonar as espora.


O domador de ofício

Se queda a recordar

Del tiempo de domero

Que a doma tradicional

Amansava qualquer bagual

Pra lida bruta do campeiro.


E o rural peão, capataz

Remói amarguras e solidão

Em um posto de invernada

Fazendo a conta dos dia

Pra ver a prenda querida

Que espera ansiada.

(Texto: Bruno Capra Jardim - Loco Lá da Fronteira)

(Gravuras: lucas.art.br, obtidas pelo google imagens no site http://www.bombachalarga.org/ver_causo.php?id=35)